O presidente da CNSaúde falou à CNN Brasil, nesta segunda-feira (20), sobre o risco de desabastecimento de insumos médicos que preocupa o segmento de saúde. Leia abaixo.
A escassez de insumos e medicamentos fez com que a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) emitisse nesta segunda-feira (20) um comunicado alertando para o risco de desabastecimento.
Em entrevista à CNN, o presidente da entidade, Breno Monteiro, informou que 49 % das clínicas de imagem com estão com dificuldade para a compra de contraste radiológico, enquanto 75% das clínicas de hemodiálise com dificuldade de soro hospitalar, produto essencial para a prestação de serviço.
O levantamento aponta ainda que 54% dos prestadores relataram dificuldade para adquirir os produtos nas próximas três semanas.
“Nesse cenário, em que as solicitações para entrega dos medicamentos estão levando um prazo de 30 dias, temos um gap de desabastecimento de 15 dias, diante dos relatos de que devem durar somente nesse período”, destaca Monteiro.
A CNN entrou em contato com o Ministério da Saúde, que ainda não se manifestou sobre o tema.
Uma das causas apontadas pelo setor para a escassez é a elevada demanda de exames de imagens, que ficou represada durante a pandemia da Covid-19.
Além disso, a descontinuidade do abastecimento de contrastes, causada pela interrupção de fornecimento de insumos por parte de uma das principais empresas do mercado, também teria prejudicado as estratégias de contingenciamento.
Os insumos hospitalares fundamentais, que tem faltado e preocupam o setor, são o soro hospitalar e soluções parenterais.
A situação já tinha sido sinalizada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) no início do ano.
Em fevereiro de 2022, o Conasems entregou ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um ofício pedindo providências sobre o caso.
Ainda de acordo com o Conasems, o desabastecimento de medicamentos de “alta essencialidade” leva à desassistência de grande parte da população brasileira, principalmente àqueles que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Soluções Parenterais (Abrasp), por meio de seus associados fabricantes de soluções parenterais de grande volume, informou que tomou ciência da dificuldade de secretarias de saúde e clínicas de diálise na compra dos produtos em abril de 2022, por contatos e Anvisa, Conasems e Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT).
A Abrasp afirmou também que “prontamente tomou providências, tendo iniciado um trabalho de levantamento da situação atual de fabricação junto aos seus associados fabricantes de soro fisiológico, sendo concluído que as produções das empresas associadas se mantêm sem rupturas extraordinárias, apenas com as pausas desde sempre existentes nas rotinas industriais ligadas por exemplo a férias coletivas e validações”.