Artigo: Não deixe a pólio voltar

Quem é jovem não viu o sofrimento de famílias que tiveram filhos acometidos pela poliomielite, doença também conhecida como paralisia infantil. Na década de 1950, epidemias surgiram em diferentes regiões do Brasil, deixando milhares de crianças com sequelas que comprometem os movimentos dos membros inferiores, Se lá atrás a imunização em massa erradicou a doença, agora a baixa cobertura vacinal é uma ameaça à saúde pública.

A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% das crianças com menos de cinco anos. Entretanto, menos de 70% foram imunizadas. Isso tem feito o governo federal, os Estados e as prefeituras realizarem busca ativa por todo o país, Como médico, deputado federal e coordenador da Frente Parlamentar do Programa Nacional de Imunizações, não posso deixar de fazer este apelo: vacinem os seus filhos!

“Não podemos deixar que doenças já erradicadas, como a pólio e o sarampo, virem novamente uma mazela de saúde pública”

O Brasil sempre foi referência em imunização. Não podemos deixar que doenças já erradicadas, como a pólio e o sarampo, virem novamente uma mazela de saúde pública. Temos as vacinas de graça, à disposição em postos de saúde do SUS espalhados por todos os rincões deste Brasil. O Ministério da Saúde, em conjunto com Estados e municípios, lançou o Plano Nacional de Resposta à Poliomielite. Trata-se de uma medida preventiva para o fortalecimento da vigilância epidemiológica, já que os países da América Latina se encontram no mapa de alto risco para o surto da doença.

Seria um retrocesso incalculável o retorno da circulação efetiva do vírus da poliomielite e de outras doenças graves. A estratégia de combate, repito, é vacinar. Tenho a vacinação como uma das bandeiras do meu mandato, inclusive tendo sido o relator da medida provisória que permitiu ao governo federal comprar as vacinas para a covid-19. Isso, não tenho dúvidas, salvou milhares de vidas.

Assim como um médico jamais desiste de seu paciente, nós não podemos desistir da proteção e do cuidado com as nossas crianças. Não deixar a pólio voltar é uma tarefa de toda a sociedade. É uma missão de amor, responsabilidade e cuidado com os nossos filhos e com o futuro do Brasil!

Artigo originalmente publicado na Zero Hora, dia 08/11.