Nesse momento em que cresce o número de casos da pandemia da Covid-19, é absolutamente necessário que o setor público busque apoio em todas as áreas da sociedade. Tem sido assim em relação ao setor privado de saúde, que está colaborando com suas forças nesse processo. São exemplos nesse sentido, a cooperação estabelecida entre o setor privado de saúde e governos estaduais, resultando em centenas de novos leitos de UTI para o SUS, aquisição de respiradores e insumos, melhorias de gestão, entre outras conquistas para a população.
No entanto, como o setor privado tem sob sua responsabilidade direta parte do atendimento de pacientes do SUS e a totalidade dos quase 50 milhões de brasileiros da saúde suplementar, também tem que suprir suas necessidades quanto a materiais e medicamentos, equipamentos sem os quais poderão ser comprometidos seriamente, não só os seus serviços no atendimento dos casos da COVID-19, bem como os de outros atendimentos emergenciais que continuam dando entrada nos nossos pronto-atendimentos pelo país a cada dia.
Assim, nos causa apreensão determinadas medidas pontuais de força, por parte de alguns agentes públicos, sem qualquer aviso ou diálogo prévios, que desorganizam totalmente o planejamento e o investimento feitos por unidades de saúde do setor privado.
Se um determinado hospital ou empresa de diagnóstico encomendou para uso próprio uma determinada quantidade de materiais, é por que precisa contar com isso para fazer frente aos atendimentos exigidos por seus pacientes. Por isso, quando uma determinada carga é confiscada sem que tenha havido sequer um aviso prévio, temos como resultado inequívoco a total ruptura da cadeia de suprimentos do setor com graves consequências ao atendimento de saúde das pessoas. Essa ruptura da cadeia de suprimentos acaba afetando também outros gestores públicos de saúde, que terão dificuldades de encontrar insumos para os quais haviam se planejado. Como resultado final teremos, com certeza, em vez de união de esforços, dispersão e conflitos.
Com o devido respeito à autonomia, aos contratos e aos investimentos do setor privado, responsável por parcela expressiva dos atendimentos, vamos somar esforços entre todos para vencer a Covid-19.
A direção,