CNS participa de debate sobre acidentes de trabalho promovido pelo sindicato brasiliense de hospitais

O Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH) promoveu no dia 21 de março, com o apoio da Confederação Nacional de Saúde (CNS) e da Federação Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (FENAESS), uma reunião com os representantes de hospitais e clínicas médicas de Brasília para tratar sobre os dados de acidentes do trabalho registrados nos últimos 10 anos e sobre os principais itens das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho que foram cobradas pela fiscalização no setor.

O assessor de Segurança e Saúde no Trabalho da CNS, Clovis Veloso de Queiroz Neto, mostrou os números de acidentes do trabalho da base de dados da Secretaria da Previdência, que colocam o segmento da Saúde na primeira colocação em número de registros dentre todas as categorias econômicas e a quinta colocação em gastos da previdência com benefícios acidentários. “Certamente o nosso setor não é o que mais acidenta, mas com certeza é que o mais registra acidentes do trabalho dentre todos os segmentos da economia. Nenhum outro registra acidentes com perfurocortantes como nós, nosso índice de subnotificação é próximo de zero”, destacou Clovis.

Foram apresentados os dados consolidados da fiscalização do Ministério do Trabalho nos segmentos da Saúde no período de janeiro de 2012 à novembro de 2016, como: número de ações fiscais em matéria de segurança e saúde no trabalho; número de trabalhadores alcançados nas ações fiscais; número de notificações realizadas; número de autuações; número de interdições; e o número de acidentes de trabalho analisados pelo Ministério do Trabalho nesse período.

Também foram mostrados o percentual de todas as Normas Regulamentadoras que são cobradas pela fiscalização do Ministério do Trabalho quando em ação fiscal na área da Saúde. O grande destaque ficou para a Norma Regulamentadora 32 (Serviços de Saúde) com quase 39 % de todos as notificações, autuações, interdições e regularização em ação fiscal que foram lavradas nos segmentos da saúde. Os demais destaque ficaram para a Norma Regulamentadora 07 (PCMSO) com 24%, Norma Regulamentadora 09 (PPRA) com 10%, a Norma Regulamentadora 06 (EPI) com 6%, a Norma Regulamentadora 05 (CIPA) com quase 5% e a Norma Regulamentadora 24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho) com 4%.

Outra análise apresentada diz respeito aos dados dos estados que tem tido a maior incidência de ações fiscais em relação a Norma Regulamentadora 32 nos segmentos de saúde. Nesse quesito os cinco principais estados são o de São Paulo com 26% de todas as ações fiscais realizadas na saúde, o estado do Rio de Janeiro com quase 13%, seguido do estado do Rio Grande do Sul com 8%, Minas Gerais com 7,3% e Bahia com 6,3%.

Ao final da reunião o representante da CNS parabenizou a ação do Sindicato Brasiliense de Hospitais, na pessoa da sua Superintendente, Danielle Feitosa, pela promoção da reunião que contou com a participação de mais de 60 participantes, entre diretores e gestores dos hospitais e clínicas privadas do DF, e por possibilitar o debate dos dados da Saúde com os representantes do segmento. “São ações como essa, promovida pelo SBH e apoiada pela CNS e FENAESS, que fazem toda a diferença em nosso sistema. É somente com o debate e divulgação das informações da Saúde é que poderemos melhorar a gestão da segurança e saúde no trabalho nos ambientes hospitalares. O SBH e toda a sua Diretoria está de parabéns pela iniciativa”, comentou Clovis.

“A ideia do SBH em promover debates como esse junto as empresas filiadas é de chamar a atenção para os dados da previdência e articular as ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador, caso haja. Na existência de acidentes de trabalho, o dano maior é para o trabalhador mas a empresa também terá impactos, pois corre o risco de perder a sua mão de obra altamente especializada e também queda brusca na produtividade durante o período de acomodação e assimilação da ocorrência. Vale destacar ainda que o acidente de trabalho gera para empresa custos diretos, como o custo de uma internação hospitalar, medicamento, apoio psicossocial e em certos casos uma reparação judicial. Pelas razões expostas entendemos que trabalhar a prevenção dos acidentes de trabalho é a nossa prioridade”, destaca Danielle Feitosa, superintendente do Sindicato Brasilense de Hospitais.

Estiveram presentes também a reunião promovida pelo SBH o Assessor Jurídico da FENAESS, Dr. Marco Vinícius Ottoni, a Srª Flávia Lopes, Relações Institucionais da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAPH) e a Dr.ª Tatiana Rodrigues Cardoso, Presidente da Associação de Empresas de Fisioterapia do Distrito Federal (AEFDF).