O setor de saúde considerou insuficiente a ideia anunciada por Bolsonaro de desonerar a folha de pagamento para compensar o custo do piso da enfermagem.
Para Bruno Sobral, secretário-executivo da CNSaúde (entidade que reúne as empresas do setor), uma desoneração seria positiva, mas o benefício não corrigiria a discrepância do impacto em estados mais pobres, onde os salários são mais baixos.
Ele também afirma que as instituições filantrópicas e as micro e pequenas empresas no regime do Simples Nacional não seriam beneficiadas.
“Para a filantrópica é muito mais um problema de falta de receita oriunda do SUS do que de desoneração. Elas já são desoneradas. Quem está no Simples é a mesma coisa: a empresa não paga pelo lucro real ou presumido”, diz Sobral.
Na avaliação de Antonio Britto Filho, diretor-executivo da Anahp, a desoneração da folha é uma boa alternativa. “É definitiva, no sentido de que resolve de forma permanente o assunto. E é proporcional: aquilo que vai criar um gasto com o piso é desonerado pelo outro lado.”
Ele ressalva que a solução para as Santas Casas deve ser outra. “As Santas Casas têm defendido que haja um repasse anual direto por parte do Tesouro”, diz Britto.
Matéria publicada pele Folha de S. Paulo.